A portas fechadas, governo “negocia” com governo. 8 diretores substituem os grevistas na “negociação”. Você, grevista, concorda com isso?
25/5/2011
Nesta terça-feira, 24/5, a portas fechadas, o governo sentou-se para negociar com... o próprio governo.
Isso mesmo: a Superintendência e os titulares das secretarias de Gestão e de Desenvolvimento reuniram-se com diretores de unidade para “discutir” a greve. Parte considerável destes diretores são os mesmos que vêm pressionando os grevistas, chamando a polícia para coibir manifestações, colocando substitutos aos grevistas (ao arrepio da lei). Alguns destes diretores, inclusive, caluniam o Sindicato, dizendo que a entidade “sequer” procurou as secretarias de Gestão e de Desenvolvimento para negociar! Chega a ser ridículo!
Na opinião do governo, estes são os interlocutores do movimento grevista, que cresce vigorosa e rapidamente, como mostram os quadros de adesão publicados diariamente pelo Sinteps no site e no blog.
Aliás, uma pergunta a todos (governo e superintendência): Se a greve é “insignificante”, por que tanta preocupação?
Este é o governo de São Paulo, pensando em você!
Vamos aos fatos:
A reunião aconteceu no dia 24/5 e teve as seguintes presenças: Superintendência do Ceeteps (professor César Silva), Diretores de Etecs e Fatecs, Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Paulo Alexandre Barbosa) e Secretário de Gestão Pública (Júlio Semeghini).
Na reunião, o professor César Silva “informou” que a progressão funcional “já tem seus critérios definidos”, e que representará um ganho de 5% para os administrativos e de 12% para os professores que a atingirem. (Obs. do Sinteps: Conforme divulgamos, a previsão é que não mais do que 10% da categoria progridam!).
Vários diretores de unidade se posicionaram, alguns deles destacando dificuldades que o governo já conhece: falta de servidores e professores, perda de profissionais para a “concorrência”, plano de carreira insatisfatório, ausência de data-base etc.
O secretário de Desenvolvimento, Paulo Alexandre Barbosa, revelou-se “preocupado com a valorização do professor” e apontou como perspectiva... o novo plano de carreira. O secretário de Gestão Pública, Júlio Semeghini, foi pela mesma linha, dizendo que a política do governo é de valorizar os cargos e salários no Ceeteps.
Os dois secretários abriram a agenda para uma outra reunião, no mesmo dia, com 4 diretores de ETECs e 4 de FATECs, além da Superintendência do Ceeteps, para abordar mais o novo plano de carreira e outras demandas. (Obs. do Sinteps: A atitude do governo, chamando para “negociar” os diretores de unidade, é pura provocação à categoria! Democraticamente nem sequer divulgaram, nos milhões de e-mails passados aos professores e funcionários via WebSai, quem são diretores e o que estão “negociando”!).
Cabe perguntar
O Sinteps pergunta aos "colegas diretores" qual foi a pauta de reivindicações da categoria que eles protocolaram nas Secretarias de Governo.
Quando foi fundada a entidade sindical diretiva que eles representam para negociar as reivindicações da categoria?
Quando foi a assembleia dos diretores que deflagrou a greve?
Basta de abusos!
O Sinteps impetra hoje mandado de segurança contra o Ceeteps, em razão do ordenamento ilegal de substituição de grevistas; contra as ameaças veladas e abertas aos grevistas; bem como contra o uso da máquina pública para coibir a greve.
O Secretário de Gestão, Júlio Semeghine, e o Secretário de Desenvolvimento, Paulo Alexandre Barbosa, se realmente desejam abrir as negociações com os grevistas, deveriam chamar o seu representante legal (o Sindicato), propor um reajuste maior e apresentar o tão famoso “modelo de estrutura de carreira” imediatamente, para que a comunidade possa discuti-lo democraticamente.
A greve é nossa voz
Nossa resposta é a mobilização. A greve cresce todos os dias e pressiona objetivamente a Superintendência e o governo! Fique atento às informações do Sindicato.
A GREVE CONTINUA! GERALDO, A CULPA É SUA!
Infelizmente para nós trabalhadores a resposta por parte dos governantes é a mesma: esperar. Os profissionais da educação no Centro Paula Souza estão esperando a quanto tempo pela evolução funcional e pelo reajuste? Por essas questões posso concluir que só há o reajuste de 11% porque entramos em greve, e isso é lamentável. Não sou do sindicato e estou na greve sim, e a greve faz parte da tradição de luta dos trabalhadores de diversas categorias neste país(inclusive a nossa), a greve acontece para conquistar direitos, melhorar as condições de trabalho, denunciar as condições de trabalho, entre outros e começa quando não há diálogo com o patrão por outras vias.
ResponderExcluirO sindicato tem os seus problemas, mas isso cabe a nós trabalhadores debatermos, o sindicato representa a nossa categoria e deve ser chamado para as negociações, isso é fato.
É lamentável que a proposta para que a nossa greve acabe seja: "esperem 60 dias que apresentaremos um plano". Nós profissionais da educação já temos uma proposta, implemente a evolução de todos os professores imediatamente e discutamos critérios como evolução por tempo e títulos, nós só queremos a valorização profissional que merecemos, o plano deve contemplar a opinião de quem está na sala de aula e que se esforça para manter a qualidade da educação nas escolas técnicas do estado. Chega de enrolação!
OBS: Quando os deputados decidiram aumentar os seus salários não tiveram que esperar tanto assim.